O meu filho é o mais pequeno da sala
Os pais por vezes notam que o seu filho é o mais pequeno da sala ou do recreio. Isto acontece, particularmente, após as crianças regressarem de férias, altura em que a maioria “dá um pulo”, sendo ainda mais notória a diferença relativamente entre uns e outros.

Na maioria dos casos estas crianças/jovens apresentam uma variante de crescimento normal. No entanto, necessitam duma avaliação cuidada por parte do pediatra/endocrinologista pediatra, de forma avaliar rigorosamente o crescimento (peso, estatura, índice de massa corporal). Muito importante é também a evolução desse crescimento ao longo do tempo, já que as crianças depois dos 2 anos de idade crescem de forma relativamente previsível, dentro do mesmo corredor de percentil nas curvas de crescimento.
Não esquecer que também é fundamental nesta avaliação medir a estatura dos pais, elaborando uma previsão da estatura que a criança poderá atingir no futuro, isto é, o seu potencial genético de crescimento. De salientar que a idade de desenvolvimento da puberdade dos pais e o seu historial de crescimento é igualmente necessário. A criança/jovem tem o direito de ter expectativas adequadas do seu potencial de crescimento.
A criança/jovem deve ser observada de forma rigorosa, por forma a detetar possíveis sinais de doença ou dismorfismos sugestivos de causas genéticas. Assim, deve ser avaliado o período de desenvolvimento da puberdade, pois um atraso de desenvolvimento da puberdade é uma causa frequente da baixa estatura na adolescência.
Com esta avaliação feita por um profissional experiente podem ser detetadas a maioria das causas da baixa estatura e, principalmente, distinguir se a criança tem uma causa patológica ou é baixa por uma variante do normal.
“Os pais têm um papel fundamental em promover a auto-estima, reforçando os pontos fortes destas crianças e jovens.“ – Dra. Rita Cardoso
As principais variantes do normal do crescimento, incluem a baixa estatura familiar e o atraso constitucional do crescimento e puberdade. Na primeira situação a criança cresce num percentil baixo (inclusive abaixo do percentil 3) mas com velocidade de crescimento normal (paralelo á curva) e de acordo com o seu potencial genético. Na segunda situação a criança desacelera o crescimento nos primeiros anos e mantém-se num percentil baixo, mas com velocidade de crescimento normal apesar de estar abaixo do potencial genético. Estes adolescentes vão desenvolver a puberdade tarde, tal como um dos familiares.
É fundamental a avaliação e detecção precoce de doenças subjacentes, para fazer o tratamento adequado o mais antecipadamente possível, para não comprometer a estatura em adulto.
A referenciação deve ser feita quer nos rapazes, quer nas raparigas. No caso dos rapazes a pressão social é maior, mas, por outro lado, nas raparigas a referenciação tardia pode ter um impacto psicossocial importante.
Os pais têm um papel fundamental em promover a auto-estima, reforçando os pontos fortes destas crianças e jovens.

